Boa vina a ASCLME
Ao longo dos próximos cinco anos (2008-2014), os nove países da região Oeste do Oceano Índico, incluindo Comores, Quénia, Madagáscar, Maurícias, Moçambique, Seicheles, Somália, África do Sul e Tanzânia, irão trabalhar em conjunto através do projecto do Grande Ecossistema Marinho das Correntes de Agulhas e Somali (ASCLME).
Os Grandes Ecossistemas Marinhos das Correntes de Agulhas e Somali (ASCLME) situam-se na região Oeste do Oceano Índico, ao longo da costa Este de África. O LME da Corrente de Somali estende-se para o Sul a partir do corno de África até às Ilhas Comores e a ponta Norte de Madagáscar. O LME da Corrente de Agulhas inclui a Corrente de Agulhas, que flui para Sul ao longo da costa Este da África do Sul, bem como as suas fontes no Canal de Moçambique e a região a Este de Madagáscar.
Aproximadamente 160 milhões de pessoas residem nos nove países que fazem fronteira com a área do ASCLME, estimando-se que 56 milhões de pessoas dependam dos recursos dos dois LMEs.
A região oceanográfica acolhe uma variedade de formas geográficas, incluindo plataformas continentais, taludes e bacias, cadeias meso-oceânicas, picos submarinhos e fossos oceânicos. A região apresenta uma série de características geográficas chave que influenciam o ambiente biológico, físico e químico. Estas incluem o Planalto de Mascarene, que se estende ao longo de aproximadamente 2 000 km desde as Seicheles até Reunião, constituindo o maior planalto submarino no Oceano Índico. No entanto, o conhecimento sobre a oceanografia da região é em larga medida insuficiente.
Os mangais, sargaços e recifes de coral fornecem habitats críticos para peixes, invertebrados e outros organismos. Juntamente com as praias e estuários, eles servem como abrigo, áreas de reprodução e viveiro para mais de 11 000 espécies marinhas actualmente registadas na região Oeste do Oceano Índico.
A diversidade de vida marinha que se encontra no ASCLME varia desde o fitoplâncton e zooplâncton até vários milhares de espécies de invertebrados superiores e peixes. Muitos destes, tais como o atum, lagosta, camarão, ostra e amêijoa têm importância económica. Encontram-se ainda presentes espécies carismáticas tais como o celacanto, dugongo, tartarugas marinhas e muitas espécies de cetáceos, bem como populações importantes de aves marinhas.
A região do ASCLME é caracterizada por um dos níveis de pobreza mais elevados do mundo. A maioria dos países da região dependem fortemente da captura de recursos vivos marinhos, tanto como fonte de alimento como de emprego. Como resultado, a variabilidade ambiental, que afecta os habitats e as suas composições de espécies, pode ter um impacte directo nos habitantes costeiros da região.
As actividades humanas têm também resultado em impactes na região ASCLME. A pressão crescente da urbanização, turismo, dragagem, sedimentação e métodos de pesca destrutivos têm levado a stocks pesqueiros decrescentes, havendo várias espécies que enfrentam a possível extinção.